Desafios para a inovação

Glauco José Côrte
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Do setor público à indústria

A inovação é um dos principais fatores do desenvolvimento. Nossas vidas são afetadas por novos produtos e novas tecnologias que facilitam e modificam nossa maneira de nos comunicar, nos mover e trabalhar. Especificamente na indústria, as inovações têm afetado diretamente os processos de produção, tornando-os mais eficientes e aumentando a sua competitividade. Inovação também se aplica no design, em serviços, processos, formas de comercialização, comunicação e gestão.
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A inovação pode nascer na academia, a partir de uma pesquisa básica, contar com o apoio, subsídios e incentivo do governo e órgãos de fomento, pode ser incorporada nos mais diversos setores e empresas, tanto privadas quanto públicas. Para isso, é fundamental o fortalecimento do relacionamento entre os atores da chamada tríplice hélice: governo, indústrias e centros de conhecimento, bem como o desenvolvimento de projetos de pesquisa e inovação que acelerem o processo de adoção de novas e mais eficientes tecnologias.
Do ponto de vista da dinâmica própria às empresas, é necessário que haja investimentos na formação de seus profissionais e promovam a ambiência favorável à inovação, com metodologia de gestão na qual a sua força de trabalho possa apresentar novas ideias.  Os resultados dos investimentos precisam ser acompanhados com indicadores de prática e performance, incluindo a valorização das ideias que se transformaram em novos produtos, melhoria de processos de fabricação, novas abordagens comerciais de marketing ou melhorias na gestão. Investir nas pessoas, em ideias selecionadas e no seu desenvolvimento e implementação, de forma estruturada e continuada, são medidas necessárias para inserir as empresas no  grupo daquelas que fazem da inovação  parte estratégica de sua gestão.

Especificamente no setor público, a abordagem deve acontecer ressaltada a amplitude da escala de seus resultados, haja vista que a responsabilidade social é o pano de fundo para a atuação de cada servidor público e o número de cidadãos impactados é expressivo,  numa perspectiva de relacionamento diverso daquele posto às organizações privadas.
Boa parte das inovações realizadas são incrementais, caracterizadas por pequenas melhorias em produtos e processos. Isso não é um problema. Porém, a atuação focada somente nesse tipo de inovação não pode e não deve inibir  investimentos em inovações que vão  além, rompendo com as tecnologias atuais e com os modelos de negócios estabelecidos. Inovações nessa amplitude demandam interações com centros de conhecimento e ampliam  as chances de acesso aos recursos subsidiados, oferecidos pelos órgãos de fomento e programas governamentais.

“Boa parte das inovações realizadas são incrementais, caracterizadas por pequenas melhorias em produtos e processos. Isso não é um problema. Porém, a atuação focada somente nesse tipo de inovação não pode e não deve inibir investimentos em inovações que vão  além[…]”

Vivemos um momento onde a evolução industrial se caracteriza por um novo cenário, destacado pela confluência, integração e digitalização de tecnologias maduras e de vanguarda. Em um futuro próximo, as empresas estabelecerão redes globais que incorporarão suas máquinas, sistemas de armazenagem e instalações de produção em sistemas ciberfísicos, capazes de trocar informações de forma autônoma entre seus componentes e variáveis externas, desencadeando ações e controlando o sistema de produção de forma independente, características predominantes da chamada Indústria 4.0 – a chamada quarta revolução industrial.
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Nesse contexto, a gestão das organizações, sejam elas de natureza pública ou privada, traz grandes desafios; gerenciar a atuação em inovação, de forma sistêmica e continuada, é um desafio ainda maior. Ganha ainda mais relevância pelo fato de as instituições necessitarem acompanhar o ritmo dessa mudança no cenário global para não perder o compasso e manterem-se competitivas.
Somente com investimentos continuados em inovação, união de esforços convergentes e ações que fortaleçam as interações entre as indústrias, os centros de conhecimento e o governo (a tríplice hélice da inovação) estarão asseguradas as condições para que as organizações estejam preparadas e bem estruturadas para esse novo momento e os desafios futuros.

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