O ambiente de trabalho melhorando a sociedade

Nathália Rorato
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Entrevista publicada na coluna "On Leadership" do Washington Post

Fonte: The Washington Post
Daryl Brewster é o diretor da CECP, uma organização não-governamental que une os CEOs que partilham da ideia que uma medida essencial de performance nos negócios é a habilidade dos executivos melhorarem a sociedade.
Este post é uma entrevista onde Brewster compartilha seus pensamentos sobre como ajudar na ineficiência das agências governamentais, engajando os seus servidores e criando ambientes que respiram inovação. Ele conversou com Tom Fox , um escritor convidado do Washington Post e vice-presidente da organização Partnership for Public Service. Ele também é o diretor da organização Center for Government Leadership.

Tom Fox entrevista Daryl Brewster

Você é intitulado como um artista no meio do setor privado. Quais problemáticas você procura ao olhar para a ineficácia das organizações que podem ser aplicadas as agências federais?

Daryl Brewster: A primeira é lidar com a realidade, ver onde as coisas estão e reconhecer que existem muitos stakeholders. O ponto inicial é ter certeza quais assuntos estão fora da mesa. Alguns chamam isso de aceitação da situação. Além disso, você precisa determinar sua visão e o que você está apto a fazer. Assim você pode trabalhar nas estratégias e ações que vão realmente alcançar resultados, mas você não pode fazer isso até que saiba para onde está indo.

Qual conselho você oferece aos gestores públicos que procuram pela melhora da performance de seus servidores?

Daryl Brewster: Começa-se escutando. Procure entender e ser entendido. Depois, o assunto é engajamento – é muito importante não pular para a resposta, mas envolver as pessoas para que a contribuição seja melhor. O terceiro elemento é alinhamento, colocar todos na mesma página do objetivo, visão e prioridades. O quarto fator é a entrega, o que é relacionado com as métricas e prazos. Isso requere liderança e motivação em todos os momentos.

Como você cria um ambiente de trabalho onde funcionários sintam-se confortáveis para aceitar riscos e inovar?

Daryl Brewster: Os gestores devem separar um tempo para conversas individuais, reuniões de time semanais e reuniões periódicas para falar sobre a inovação como um todo, mas também em áreas específicas. As perguntas que fazemos como lideres pode fazer toda a diferença. Como isso faz sentido? Como fazer isso melhor? Há novas ideias que podemos perseguir? Também é necessário o reconhecimento para quem inova dentro do time. Isso faz muita diferença.

Quais são as características de um líder bem-sucedido?

Daryl Brewster: Quando nós temos nossa reunião de diretores na CECP, nós temos 50 CEOs que falam sobre liderança juntos. Uma chave que continua aparecendo é a noção de um propósito maior – juntamente com a integridade de que fazemos o que falamos e falamos o que fazemos.

Você tem um livro favorito?

Daryl Brewster: Um livro que achei fascinante é “Firms of Endearment“. Fala sobre a importância das companhias em termos de serviço ao consumidor, como elas tratam os seus funcionários, como elas engajam comunidades e minimizam seus impactos no meio-ambiente. Ilumina um novo movimento de consciência capitalista.

Qual é a sua melhor dica para gestão?

Daryl Brewster: Eu tento pelo menos uma vez por semana perguntar a mim mesmo “Qual o meu propósito? O que estou tentando alcançar pessoalmente?”. Entender quais são suas prioridades e o que precisa ser feito é crucial. É uma lista do que fazer, conectada com nosso propósito pessoal.

Você convence CEOs de diferentes companhias, que competem entre si, para trabalharem juntos em causas sociais. Como você faz com que eles colaborem, e quais desses métodos pode ser aplicado no serviço público?

Daryl Brewster: É um grande desafio, porque essas pessoas têm interesses que competem entre si e você pede a elas para trabalharem juntas. Mas alguns dos tópicos que estamos trabalhando são tão complexos e grandes que ninguém pode resolver sozinho. Nós nos unimos para encontrar uma abordagem coletiva para a resolução de problemas. Algumas vezes é apenas a linguagem que usamos para falarmos sobre o problema. A chave é que você precisa sempre olhar para o objetivo comum a todos.
Foto: Bethany Legg

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